Lei do estágio, quais as regras para contratação?

Em Direitos no emprego por André M. Coelho

Uma das formas mais comuns e mais simples de um aluno entrar no mercado de trabalho é através de uma posição de estágio, que irá fornecer a ele ou a oportunidade de obter uma educação complementar e prática. A fim de estimular o mercado de estágio, a legislatura brasileira decidiu isentar empresas de contratação dos custos associados a uma relação de trabalho típico, não tratando os estagiários como funcionários.

Infelizmente, uma vez que a lei anterior regulamentando os estágios (Lei 6.494 / 1977) era vaga em certos aspectos e não continha severas penalidades para as empresas que não cumpriram suas disposições, algumas empresas usaram a lei para reduzir os custos de mão-de-obra regular. Estamos falando da Lei do Estágio. Mas o que ela significa? Como entender a lei do estágio para não cometer erros?

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Lei sobre estágio nº 11788 de 2008

A prática de contratação de estagiários para posições não relacionadas com seus estudos simplesmente para reduzir os custos distorceu o objetivo da lei, uma vez que os alunos não estavam adquirindo treinamento prático que complementava seus estudos, e foi prejudicial ao mercado formal de trabalho.

Esse cenário liderou a legislatura a revisar a regulação dos estágios no Brasil. Isso resultou na promulgação da nova lei de estágio (Lei 11.788 / 2008), que foi projetada para garantir estágios como experiências reais de aprendizagem e punir as empresas que usavam a lei simplesmente para reduzir os custos de mão-de-obra.

Lei de estágio: carga horária máxima e outros direitos do estagiário

A nova lei introduz várias mudanças na regulação dos estágios no Brasil. Os direitos básicos e deveres de todas as partes envolvidas em uma relação de estágio (ou seja, a estudante, a instituição educacional e a contratação) são resumidas da seguinte forma:

Estudantes com mais de 14 anos e se matriculam em faculdade, universidade, escola técnica, ensino médio, educação profissional para adultos jovens ou necessidades especiais podem ser contratados como estagiários.

Empresas privadas e públicas e profissionais que implementam programas de estágio devem oferecer um ambiente profissional, cultural e social apropriado para a educação do aluno.

A instituição estudantil e a empresa deve entrar em um acordo de estágio. Juntamente com uma descrição precisa das atividades do estagiário, o aluno e a empresa devem preparar e enviar um relatório todo semestre avaliando o desenvolvimento do aluno.

A instituição educacional e a empresa devem nomear um consultor para supervisionar as atividades do Estagiário. Cada consultor pode assumir um máximo de 10 estagiários ao mesmo tempo.

Lei do estágio no Brasil

A lei do estágio protege o estagiário de abusos e ajuda para que ele compreenda seus direitos e deveres. (Imagem: BRF)

A apólice de seguro de acidente pessoal da empresa deve cobrir todos os estagiários.

A empresa pode manter o mesmo estagiário inscrito no programa por um período máximo de dois anos.

A mudança máxima de trabalho varia de acordo com o nível de educação. Para os alunos que freqüentam a escola de necessidades especiais ou os últimos anos do ensino médio, a carga de trabalho máxima é de quatro horas por dia e 20 horas por semana. Para todos os outros alunos, a carga de trabalho máxima é de 6 horas por dia e 30 horas por semana.

O pagamento de bolsa é opcional quando o aluno deve trabalhar para cumprir os requisitos da instituição educacional e obrigatório quando o estágio é voluntário.

Após 12 meses de trabalho, os estagiários têm direito a um período de férias de 30 dias (com compensação). Aqueles que não concluem este período de trabalho têm direito a férias proporcionais.

As empresas com mais de 25 funcionários registrados podem contratar até 20% de folha de pagamento como estagiários. As empresas com menos de 25 funcionários podem contratar entre um e cinco estagiários, dependendo do número de funcionários registrados em sua folha de pagamento.

Estágio tem direitos trabalhistas?

Não. Estagiário tem direitos de estagiário, não de trabalhador formal.

De qualquer forma, todas as empresas que usam estagiários devem rever suas políticas e práticas para garantir que seus programas cumpram os novos requisitos da lei. As autoridades alertam que as inspeções se tornarão mais rígidas para garantir a aplicação dos direitos e deveres da nova lei, e no caso de penalidades de infrações serão impostas de acordo.

As empresas que não cumpram com a nova lei estarão sujeitas a multas e terão seus estagiários tratados como funcionários comuns (impondo um dever de pagar todos os benefícios, impostos e contribuições para a segurança social obrigatória que adicionam até aproximadamente 60% nos custos, além da bolsa mensal). Além disso, em caso de repetições de violações, as empresas serão impedidas de contratar novos estagiários por dois anos.

Ao impor novos deveres e penalidades mais severas nas empresas de contratação, é provável que a legislatura atinja seu objetivo de evitar (ou pelo menos reduzindo) o uso ilegal de programas de estágio para cortar os custos de mão-de-obra. No entanto, por outro lado, alguns aspectos da lei trabalham contra os alunos, pois menos empresas estarão dispostos a oferecer posições de estágio por medo de possíveis exposições associadas a esse relacionamento.

É essencial que as empresas cumpram todos os aspectos da nova lei de estágio, a fim de evitar suas severas penalidades, que se espera que funcionários do governo e os tribunais sejam aplicados sabiamente.

Ficou alguma dúvida? Deixem nos comentários suas perguntas e iremos responder!

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

André é pós-graduado em pedagogia empresarial, especializando na padronização de processos. Possui mais de 300 horas em cursos relacionados à administração de empresas, empreendedorismo, finanças, e legislação. Atuando também como consultor e educador empresarial, André escreve sobre Recursos Humanos desde 2012.

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